Principal evento de vela oceânica da América Sul já conta com mais de 100 barcos inscritos e organização prima pela segurança
A organização da Semana Internacional de Vela de Ilhabela fará inspeção antecipada de segurança e medição de todos os barcos que participam da 46ª edição do evento, considerado o maior da América do Sul da modalidades. As regatas começam no domingo (14) e serão disputadas até o sábado (20).
Todas as nove classes inscritas na competição passarão pela fiscalização. Nas raias de Ilhabela (SP) estarão barcos de rating, como ORC, IRC, RGS, Bico de Proa, Clássicos, Multicascos e Mini Transat, além dos monotipos HPE-25 e C30. São mais de 100 equipes confirmadas.
“O equipamento AIS, que é o equipamento de comunicação VHF entre os barcos, é muito importante para saber a posição dos barcos em relação ao outro, isso dá uma segurança maior durante a regata para os próprios competidores e outras embarcações nas proximidades”, comenta Edge Gerdullo, responsável pela engenharia de sistema e reparos de eletrônicos.
Os medidores vão analisar vários itens para liberar os barcos para as provas, como tamanho do barco, o material de vela, capacidade de tanques, ano do barco, comprimento de linha d’água, por exemplo. O objetivo é garantir que o resultado justo ao final do evento.
”Os números vão para uma planilha e geram um número. Esse coeficiente multiplicado pelo tempo de prova é o resultado final do barco”, explicou Clauberto Andrade, medidor da RGS.
A RGS lidera o número de inscritos na Semana Internacional de Vela de Ilhabela. A regra geral simplificada foi criada no Brasil para liberar barcos de cruzeiros a vivenciarem uma regata. ”Hoje é uma classe que tem muitos barcos e se modificou bastante ao longo dos anos, com o objetivo de deixar o mais justo possível. É difícil chegar mas já diminuímos muito essa desigualdade”, reforçou Clauberto Andrade.
”É difícil dizer o que é uma boa medição. Não existe uma boa medição. O que pode acontecer é uma soma de fatores. Por exemplo, um barco bem antigo, andador, é bonificado pelo tempo. E uma equipe de velejadores ativa vai fazer a diferença. As coisas precisam andar juntas: uma boa tripulação e a medição do barco”.
Para o velejador Marcelo Bellotti, é importante que os barcos sejam medidos conforme a regra, premissa básica da competição. ”Mas isso não garante que todos sejam igualmente competitivos. Tem barcos que medem melhor que outros. É normal ver um barco velejar melhor e não ser o vencedor”.
Como disse Bellotti, numa regata com barcos diferentes, o que cruza a linha de chegada em primeiro, chamado de Fita-Azul, não pode ser declarado vencedor, já que é preciso calcular seu rating após todos terminarem a prova.
O controle e posicionamento dos barcos também são feitos por meio de AIS, um equipamento de comunicação VHF entre os times nas regatas em Ilhabela e a comissão. ”Isso oferece uma segurança maior entre os competidores e outras embarcações nas proximidades. Por isso, o equipamento deve estar funcionando”, explicou Edge Gerdullo, especialista em segurança náutica
As classes Bico de Proa, Clássicos e Multicascos têm um desconto de 30% sobre o valor das inscrições. Já na categoria RGS, apenas os veleiros afiliados à ABVO – Associação Brasileira de Veleiros de Oceano garantem o mesmo desconto. A medida atende ao pedido da própria ABVO, fomentadora da modalidade no País.
Cerca de 100 equipes de vários estados brasileiros e também do exterior já confirmaram presença. Para a edição deste ano, foram convidadas as classes ORC, IRC, RGS, Bico de Proa, Clássicos, Multicascos, Mini Transat, HPE-25 e C30. A competição reúne atletas profissionais, medalhistas olímpicos, amadores e cruzeiristas nas mesmas raias.