O VelaShow, primeira feira náutica dedicada à veleiros do país, terá regatas exclusivas para as categorias de embarcações artesanais.
Os barcos das classes Shelback e Ibis Rubra serão usados nas provas do dia 19 de abril, sexta-feira, em Itajaí (SC), local do evento.
Os veleiros são produzidos na cidade, que desde a chegada da The Ocean Race ao município catarinense, entrou na rota das grandes competições esportivas brasileiras.
As embarcações são de madeira! Todas construídos no projeto da ANI – Associação Náutica de Itajaí.
Além das regatas de Shelback e Ibis Rubra, o VelaShow terá provas de Optimist para crianças de até 15 anos. A regata de Optimist é dedicada às escolas de vela e aos atletas sem filiação interessados em competir e que estão iniciando no esporte.
”Os velejadores locais tem contato permanente com a modalidade e podem, além de aprender a navegar, construir seu próprio barco”, disse a velejadora Carolina Copello.
Veja o aviso de regata aqui.
Do it Yourself
Duas vezes na semana, adeptos do Do it Yourself ou ‘faça você mesmo’ se reúnem para construir embarcações em madeira. O projeto de Construção Naval da Associação Náutica de Itajaí incentiva centenas de pessoas a aprender e fazer sua própria embarcação.
O curso teve início no ano de 2008 com o instrutor Wilson José da Silva e, atualmente, é ministrado por Renato Caldas, Camilo do Carmo e Evandro Malburg. Batizados, já são mais de 65 veleiros fabricados navegando por diversos lugares.
Entre as produções esta a criação da classe Shellback e o veleiro Ibis Rubra, além das produções de pranchas, remos e outros objetos náuticos.
Todas as terças e quintas-feiras, o grupo de alunos se reúne para dar prosseguimentos na construção da embarcação. Tudo isso ocorre em um galpão na Praia Brava, em Itajaí, mas começou muito antes com um projeto de conclusão de curso.
Wilson José da Silva registrou todas as etapas de construção do seu primeiro barco, e o fundador da ANI, Vilmar Braz, mostrou interesse no projeto.
Juntos, os dois desenvolveram o curso baseado em idéias de outros países, como os Estados Unidos, onde a prática acontece com mais freqüência.
Em pouco tempo apareceram diversas pessoas com o sonho de também construir seu próprio barco, dando continuidade ao projeto até os dias de hoje.
A cada semestre, uma nova turma inicia os trabalhos e outra turma finaliza o processo da embarcação. Depois de pronto, os barcos são levados a praia, montados e batizados.
A cerimônia de batismo é o momento onde se estouram bebidas e a embarcação tem seu primeiro contato com a água.
Um momento muito especial para quem construiu seu próprio barco.
”É muito bom ver que a construção naval desperta interesse em tanta gente. As pessoas que estão aqui são meus amigos da vida, os instrutores que estão aqui hoje já foram meus alunos nas primeiras turmas que tivemos”, conta o idealizadorWilson José da Silva.
Com a construção do veleiro, nascem também navegadores. A prática do esporte náutico enfatiza o contato e a proximidade com a natureza. Incentiva as pessoas a darem a devida importância e cuidado aos mares e rios.
O projeto tem um custo que cobre despesas de aluguel, energia e alguns materiais diversos.
Os alunos pagam uma taxa para manter o espaço no valor de R$ 500 e arcam com as despesas de material para construção do barco (em torno de R$3500).
Mas os alunos garantem que o processo de construir a embarcação torna tudo mais especial.
Para participar são necessárias poucas qualificações. O construtor precisa ter mais de 18 anos e ter o mínimo de experiência com ferramentas elétricas e manuais da marcenaria naval.
Além disso, não é preciso estar solo nessa experiência. O veleiro pode ser produzido por uma ou mais pessoas.
No caso do Maurício e da Tânia, o barco está sendo construído pelo casal. Os dois vieram de Blumenau para realizar o sonho.
”Nós adoramos estar aqui, é terapêutico. Meus filhos ajudam, meu cunhado e até trazemos alguns amigos para conhecer… Estamos ansiosos para ver o barco pronto”, conta Tânia.
Para a Associação Náutica de Itajaí, a construção naval é uma das formas de disseminar a cultura náutica no município.
O projeto é um fortalecedor dentro da cidade que busca se tornar a capital nacional da vela.
O evento
O evento vai reunir além das regatas, palestras, workshops, exposição de barcos, produtos e serviços náuticos.
Já estão confirmados 40 expositores, incluindo fabricante de velas de regata, estaleiros e empresas do segmento de turismo.
Para saber mais sobre o evento, acesse o site: www.velashow.com.