A cidade de Itajaí (SC) foi a primeira da América do Sul a assinar um compromisso das Nações Unidas visando a limpeza dos mares. O objetivo da ação é reduzir a poluição do plástico nos oceanos, uma bandeira da Volvo Ocean Race e da ONU.
A carta foi assinada na tarde desta quarta-feira (18) durante um seminário que reuniu especialistas, cientistas e atletas, como a brasileira Martine Grael, campeã olímpica e velejadora desta edição da regata de Volta ao Mundo.
”Eu velejo desde cedo e nas competições eu acompanho a situação dos mares. No Rio de Janeiro, onde eu treino, vejo plástico quase todos os dias na Baía de Guanabara e fiquei impressionada com a quantidade de plástico fora da costa durante a competição”, disse Martine Grael, integrante do team AkzoNobel.
Os números são alarmantes! Segundo dados da Volvo Ocean Race em paralelo com as Nações Unidas, um caminhão cheio de plástico é despejado nos oceanos a cada minuto.
E tem mais: oito milhões de toneladas de plástico, como garrafas, embalagens e outros tipos de lixo, entram nos mares a cada ano. Aproximadamente 51 trilhões de pedaços microscópios de plástico, pesando 269,000 toneladas.
Isso é quase a mesma coisa do que 1.345 baleias azuis adultas. É estimado que por volta de 2050, terá mais plástico do que peixes nos oceanos do mundo.
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, se inspirou a se inscrever na campanha da ONU depois de visitar a Nova Zelândia durante a escala da Volvo Ocean Race. Em Auckland, o governo da Nova Zelândia assinou a campanha também. Até agora, mais de 70.000 pessoas de 42 países se comprometeram a reduzir o problema.
”Tenho orgulho de Itajaí ser a primeira cidade do Brasil a assinar a campanha do Meio Ambiente das Nações Unidas. Pretendemos enviar a mensagem clara de que é essencial tomar medidas para enfrentar o problema da poluição plástica. É uma luta que todos os municípios, cidades e das pessoas”, contou o prefeito Morastoni ao lado de Fernanda Altoé Daltro, ativista-chefe do Meio Ambiente da ONU no Brasil.
Johan Salén, vice-presidente da Volvo Ocean Race, estava no evento e disse que Itajaí mostra liderança em liderar a ação. ”Por indivíduos, empresas, ONGs, governos e cidades como Itajaí, trabalhando juntos, podemos encontrar soluções inovadoras para educar, inovar e deixar um legado duradouro que ajudará a resolver esse problema do plástico”.
Silvia Mirpuri, parceira principal do Programa de Sustentabilidade da Volvo Ocean Race, Fundação Mirpuri, também falou no evento. ”Durante séculos, as pessoas têm considerado o oceano como uma fonte inesgotável de comida, e um conveniente local de despejo, muito vasto para ser afetado por qualquer coisa que fazemos. Nós estamos errados”.
O Brasil assinou a campanha CleanSeas da ONU em setembro de 2017. O projeto também está sendo apoiado pela equipe de regata Turn the Tide on Plastic na volvo Ocean Race.