
Sasha DiGiulian curte a vida no extremo
Descubra porque 2017 promete ser “o” ano para a escaladora Sasha DiGiulian
Os primeiros quatro meses da mais nova liberdade para Sasha DiGiulian transformaram-se num turbilhão de viagens. Após sua formatura na Universidade de Columbia (EUA), em maio de 2016, ela foi para o Colorado (EUA), França, Montana (EUA) e Brasil, onde completou a primeira ascensão da via Planeta dos Macacos, de 650 metros, com o escalador número 1 brasileiro Felipe Camargo.
Um grande acontecimento para Sasha, o evento foi praticamente uma ponte para sua viagem ao Rio, para as Olimpíadas, onde ela recebeu a notícia de que a escalada havia entrado para os jogos de 2020. Embora tudo o que ela mais desejava era justamente a liberdade e muita ação após a formatura, este foi também um período difícil para se manter focada.
De volta à Boulder, no Colorado, ela começou o ano comprometida com a sua grande paixão, a escalada. Seu foco principal foi manter-se otimista em relação ao presente e não se preocupar em demasia com o futuro. Para Sasha, às vezes é difícil dizer não às novas oportunidades que surgem por aí.
Sasha DiGiulian de olho no parque Yosemite em 2017

“Para mim, é fácil seguir entre viagens e eventos”, comenta ela. “Mas ultimamente, eu desejo que as coisas que eu faço tenham um significado maior”.
Para Sasha, ter um sentido implica ser tanto excelente na escalada quanto na sua paixão por lutar por suas causas.
“Embora eu tenha diversos objetivos, tanto acadêmicos quanto na escalada, tornar-se uma voz para as plataformas nas quais eu acredito é certamente um objetivo pessoal”, diz Sasha, que acabou de ser indicada para a comissão do Women’s Sports Foundation (Fundação Feminina de Esportes) e embaixadora da Right to Play, UP2Us Sports e a American Alpine Club.
DiGiulian está usando seu alcance para encorajar jovens através do esporte: ela se utiliza da escalada como plataforma, buscando ser protagonista na luta do empoderamento feminino.
Sasha DiGiulian escalou a via Pedra Riscada em São José do Divinio, em Minas Gerais, no dia 24 de julho de 2016

Para além de ser uma líder e ícone da escalada, está potência esportiva segue focada em suas conquistas tanto na rocha quanto fora dela.
“Eu realmente acredito que quanto mais se vive a escalada – na rocha ou fora dela – melhor sua habilidade no esporte”, comenta Sasha, que afirma ser fácil cair num padrão de repetição. “É comum tentar as mesmas ascensões, ou realizar o mesmo grupo de exercícios que ativam os mesmos músculos e áreas do cérebro. Por isso, geralmente acabamos chegando num limite”.
Para ultrapassar este limite, Sasha começou a trabalhar com Patxi Usobiaga, escalador profissional espanhol que possui uma marca impressionante de inúmeras competições internacionais conquistadas entre 2005 e 2009. Por causa dele, Sasha acabou indo para o norte da Espanha em fevereiro deste ano.
“Consegui encaixar este tempo [na Espanha] na minha agenda como um momento para me concentrar nos treinos”, diz Sasha, cujo objetivo final é completar uma via localizada sobre os penhascos gigantes azulados de Oliana, com apenas algumas conquistas masculinas até então registradas nesta via. Este treinamento, que consistiu em oito horas diárias de exercícios, além de duas escaladas ao ar livre por semana, foi agressivo, mas uma grande oportunidade de aprendizado para Sasha.
“A parte mais difícil do treinamento foi acreditar no processo”, comenta ela. “Eu não senti ganhos instantâneos. Na verdade, em muitos dos dias, eu me senti pior escalando do que antes dos treinos”.
Mas ao invés de se afastar da dor e do sofrimento das duras sessões de treinamento, ela seguiu firme trabalhando, afastando-se das emoções e da dor, focando-se unicamente na tarefa dada naquele dia.
“Isso também aumentou minha confiança no poder de acreditar”, diz ela. “Não importa o quão duro eu treine, se eu não acreditar no que estou fazendo, não irei almejar o sucesso que busco”.
O teste final virá ao longo do ano, recheado de viagens que incluem seu retorno à Espanha no final de março, seguido de alguns projetos em paredões do Tibete, Peru, Madagascar e no Parque Nacional de Yosemite (EUA).
Para Sasha DiGiulian, todo esse movimento possui um sentido maior. “Eu quero ver o que acontece quando eu vou além do que tenho agora”, diz ela, “e explorar o que eu nem podia imaginar que havia em mim”.
Por Whitney Boland em 10 Março 2017
Fonte: http://www.redbull.com/