Aluno precisa saber argumentar sobre acontecimentos políticos e sociais do país e do mundo.Nos dias 3 e 4 de dezembro, os estudantes que tiveram suas provas do Enem adiadas devido à ocupação das escolas finalmente vão poder fazer a avaliação.No Enem considerado o maior da história, Santa Maria, no Rio Grande do Sul, é terceira maior cidade do Estado em número de candidatos. Em primeiro lugar está Porto Alegre, com 58.654 inscritos, e, em segundo, Pelotas, com 23.901 candidatos. O número de inscritos para o Rio Grande do Sul representa 4,9% (419.485) do total do país (8.627.195).
Embora exista a diferença de um mês entre uma aplicação e outra, o coordenador do Pré-Enem do Centro Universitário Internacional Uninter, Marlus Geronasso, acredita que os alunos não serão beneficiados por esse ‘tempo a mais’. “O aluno que vai fazer o Exame no final de semana, deve esperar algo semelhante ao aplicado no mês de novembro, com questões que vão exigir o mesmo nível de conhecimento dos candidatos”, explica. Ainda de acordo com o coordenador, com o passar dos anos, é possível perceber que as provas exigem mais do que o conhecimento cotidiano. “O aluno precisa realmente conhecer todos os assuntos, mas de forma cada vez mais técnica, entendendo conceitos específicos de cada um dos temas estudados. Outro ponto que merece atenção diz respeito à leitura e interpretação. Muitas vezes, o estudante lê, mas não entende e acaba respondendo errado”, acrescenta.
O reflexo dessa questão da leitura e interpretação, de acordo com Geronasso, pode ser observado nos resultados da redação, que para muitos ainda é o ‘bicho papão’ da prova do Enem. Ele cita como exemplo os resultados de 2014, quando mais de seis milhões de estudantes fizeram a prova e somente 250 obtiveram a nota máxima e em 2015, dos 5,8 milhões, foram apenas 104. “Nas correções, fica evidente que o aluno tem muita dificuldade em formular uma tese e, em decorrência disso, não consegue desenvolver o texto”.
Para o próximo exame, o coordenador destaca que o tema deve ser, como de costume, a maior surpresa. “Os elaboradores das provas devem oportunizar um tema tão complexo quanto foi Caminhos para combater a violência religiosa no Brasil. Para contextualizar assuntos desta natureza, além de estar por dentro dos acontecimentos políticos e sociais do país e do mundo, o estudante também precisa recorrer à história, entendendo elementos do passado”, completa. Ele ainda lembra que, independente do tema, o aluno precisa manter o foco, utilizando todo o conhecimento adquirido ao longo da vida estudantil. É preciso distribuir as informações de forma a criar uma apresentação, um desenvolvimento e uma conclusão, sem fugir do tema e do formato proposto.