É a primeira e única equipa portuguesa a participar no Extreme Sailing Series e querem colocar Portugal no itinerário desta competição internacional de vela costeira. Depois de uma disputa na Madeira, a próxima prova decorre em Lisboa, entre os dias 6 e 9 de outubro, o que implicou um investimento de €350 mil suportado pela equipa Sail Portugal-Visit Madeira.
“Ao contrário do que aconteceu na Madeira, em que a responsabilidade da organização é da Região Autónoma, em Lisboa este evento é 100% da nossa responsabilidade. Quando iniciámos o projeto, o evento da Madeira ainda não estava no calendário e achámos que era importante, não só termos uma equipa portuguesa, mas também uma prova em Portugal”, refere Bruno Dias co-CEO da equipa Sail Portugal-Visit Madeira, argumentando com o potencial disto para as marcas. É que a única regata que passa em Portugal, acessível ao público, é a Volvo Ocean Race. “Todos os circuitos e campeonatos que passam em Portugal têm regatas que não se disputam perto do público, o que não traz retorno para as marcas nem permite aos fãs da vela e ao público em geral desfrutar das mesmas”, sustenta Bruno Dias.
Como acontece com a Volvo Ocean Race quando chega a Lisboa, a prova da Extreme Sailing Series decorre em frente à doca de Pedrouços. “Está a ser construída uma Race Village, à semelhança da que foi feita na Madeira, com as mesmas áreas para o público e com algumas áreas privadas, como a de imprensa, a corporate e a das equipas. Vão estar nove barcos em competição e, para juntar aos sete que estiveram em competição na Madeira, vai estar presente a equipa da Norauto com um dos grandes nomes mundiais da vela, o Adam Minoprio. Pela primeira vez vai participar nas Extreme Sailing Series uma equipa exclusivamente feminina”, revela Bruno Dias, avançando que na organização desta logística são apoiados pelo Porto de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa e pela cerveja Coral.
Depois da Madeira, a competição costeira de vela chega a Lisboa pela mão da equipa Sail Portugal : Diogo Cayolla (skipper/leme), Frederico Mello (trimmer da vela grande), Luís Brito (proa) e Nuno Barreto (trimmer da genoa)
HENRIQUE SERUCA-SAIL PORTUGAL €7 MILHÕES DE RETORNO
Bruno Dias estima que o impacto em Lisboa, só em termos de alimentação e alojamento para este grupo de 250 pessoas (equipas, organização, parceiros e convidados), esteja na ordem dos €6 ou €7 milhões. “Talvez ainda seja cedo para tirar conclusões em relação à Madeira, mas podemos adiantar que, segundo dados da organização, no ano passado as Extreme Sailing Series tiveram mais de 600 horas de transmissões televisivas, 340 mil espectadores e cerca de três milhões de menções no Twitter.
De acordo com os dados fornecidos pelo Turismo da Madeira, a prova que decorreu nesta ilha na semana passada criou cerca de 40 postos de trabalho, metade dos quais em regime de voluntariado, com um investimento total de €260 mil.
Montante bastante acima destes é o que está envolvido na participação da Sail Portugal-Visit Madeira. “Tentámos controlar os nossos custos, mas entrámos neste campeonato para lutar de igual para igual e o nosso objetivo é dar à nossa tripulação os mesmos meios que são dados às equipas adversárias, pelo que o nosso investimento ronda os €1,5 milhões, à semelhança das maiores equipas da competição”, explica o co-CEO da equipa, sem ter uma explicação para esta ser a primeira vez que há uma equipa portuguesa a navegar. “Sei que no passado houve várias tentativas, mas nunca se chegaram a concretizar”, remata. Além do Turismo da Madeira, que dá o nome à equipa, o Porto de Lisboa, a Angola Cables, a Luzboa, a pindar Sailing Partners e a Edox são outros dos patrocinadores da equipa lusa.
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