Santa Catarina quer inserir a maricultura na agenda de desenvolvimento do Estado

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Epagri
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Como maior produtor nacional de moluscos, Santa Catarina quer inserir a maricultura na agenda de desenvolvimento do Estado. Para pensar no futuro do setor e nas metas a serem alcançadas, a Câmara Setorial de Maricultura convida os produtores a contribuírem na construção do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável da Maricultura Catarinense.

O Plano terá como ponto central a adoção de inovações tecnológicas para aumento da produtividade e competitividade do setor. O documento prevê objetivos e ações para um período de cinco anos e contempla todos os aspectos econômicos, sociais e ambientais relacionados ao desenvolvimento sustentável da maricultura catarinense.

O secretário da Câmara Setorial de Maricultura, Felipe Matarazzo Suplicy, explica que, em um mercado globalizado, os produtos da maricultura catarinense precisam ser competitivos para assegurar seu mercado interno e abrir novos mercados, por isso, a mecanização dos cultivos e a rastreabilidade da produção são componentes importantes da estratégia de desenvolvimento para os próximos anos.

Aproveitando o reconhecimento pelos excelentes moluscos cultivados, a intenção é consolidar e fortalecer a marca “Moluscos de Santa Catarina”, que irá diferenciar e valorizar as ostras, mariscos e mexilhões cultivados no Estado. Para que os produtores possam cumprir todas as exigências sanitárias e atingirem os padrões de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade da marca coletiva, eles receberão treinamento e capacitação constante. De acordo com Suplicy, o objetivo é alcançar um reconhecimento internacional para a produção sustentável de moluscos de Santa Catarina.

A minuta do Plano de Desenvolvimento contém ainda um diagnóstico da situação atual da maricultura e uma estratégia com plano de ação desenvolvido levando em conta os aspectos sociais, econômicos e ambientais. O plano apresenta também mecanismos de inserção dos produtores na cadeia formal de processamento e comércio de moluscos, além de opções de arranjos produtivos para adoção do cultivo mecanizado.

Para que o Plano esteja de acordo com os anseios da cadeia produtiva, a versão inicial está sendo apresentada aos maricultores, que irão debater e aprimorar. O secretário da Câmara Setorial ressalta que a participação do setor produtivo, através das empresas processadoras, das associações de pequenos produtores, e das instituições governamentais e do setor de pesquisa e extensão é essencial para assegurar que todos os envolvidos com a atividade estejam de acordo quanto à estratégia de desenvolvimento elaborada e discutida coletivamente.

Maricultura

Santa Catarina é o maior produtor nacional de moluscos, respondendo por cerca de 95% da produção brasileira de mexilhões e ostras. Com 589 produtores espalhados ao longo de 12 municípios costeiros, a atividade gera cerca de 1.500 empregos diretos no processo produtivo. Estima-se ainda o envolvimento de mais 5.000 postos de trabalho ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a produção de equipamentos e insumos até a distribuição e venda para milhares de consumidores finais.

Segundo a Síntese Informativa da Maricultura, divulgada pelo Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Cedap), a produção de moluscos comercializados em 2015 por Santa Catarina foi de 20.438 toneladas.