O maior sonho do velejador português Renato Conde é participar da Volvo Ocean em um barco com bandeira portuguesa. Ele reclama da barreira na busca de parcerias com as grandes empresas portuguesas para patrocinar eventos náuticos – por falta de conhecimento. ‘Falta um pouco de “cultura” náutica desportiva” reclama. O velejador que se encontra em Muscat no golfo de Omã, O velejador participou na educação anterior da Volvo Ocean Race na equipe de terra do barco Mapfre. Renato Conde – concedeu esta entrevista exclusiva ao editor do site Regata News.
Regata News – Renato Conde alguma novidade para sua participação em um time na Volvo Ocean Race?
Renato Conde – Nada de novidade. Estou em Muscat me preparando para o Campeonato Mundial de GC32, seguido da primeira etapa dos Extreme Sailing Series. Depois vamos para Lisboa. E lá, vamos ver se há notícias.
Regata News – Tá, vamos falar sobre a Extreme Sailing – como está sua expectativa e desafios?
Renato: Eu não aceitei para já o convite. Porque estamos em negociações com outras coisas.Este ano temos expectativa de vencer, temos uma equipa óptima. E vamos fazer um grande ano, estou seguro disso!
Não é fácil para um país pequeno como Portugal receber os melhores eventos de vela do Mundo
Regata News – E qual é o maior desafio da equipe??? em 2016 vocês foram bem na Extreme Sailing…ela é desafiadora??
Renato – Superar o Alinghi. Super desafiante. Um encontro constante com a capacidade humana de manobrar um barco em frações de segundo.
Regata News – Qual é o percurso a ser percorrido- de onde estão até Lisboa?
Renato – Agora foi a primeira etapa aqui em Omãn, depois vem China, depois Madeira. Eu ainda tenho outras provas, entretanto com outra equipe.
Completar a Volvo Ocean Race num barco com bandeira portuguesa, se um dia isto acontecer, serei muito feliz!
Regata News – Que outra equipe é essa?
Renato – Sim, é uma equipa nova argentina, vamos estar a competir em Garda, Itáliano Circuito Great Cup com os gc32 também. Veja só, no Extreme Sailing Series estou no SAP Extreme, no outro circuito não. O circuito ocorre de 2 a 14 de maio, depois da Copa Del Rey de Palma – que encaixa exatamente entremeios dos eventos dos Extreme.
Regata News – Pelo visto – vocês velejadores participam de dois, três eventos entre um e outro. E isto não é desafiador? Exige muito treinamento? preparação?
Renato – Exige sim! Veja só, com o evento na “Europa” que termina domingo, voo durante a noite para Palma e navego segunda feira. Termina sábado – e voo essa noite para Alemanha para começar os Extreme
Regata News – Mas é compensador?
Renato – Navego sem parar uns 20 dias. Fisicamente é duro, mas eu adoro. Além disso é estar a viver um sonho de ser chamado para navegar com equipas desta grandeza em circuitos incríveis, e o sonho de qualquer velejador. Só tenho pena – de não estar mais perto de minha filha mas, quando estou sou 100% Pai!
Eu chego a uma empresa para pedir um apoio para navegar, para formar uma equipa para a Volvo por exemplo, e as grandes empresas praticamente não sabem do que estamos a falar e isso, é lamentável
Regata News – E tudo isto começou com que idade e onde?
Renato – Meu pai desenha barcos e também constrói, eu navego desde que sou gente! Comecei com ele, mais tarde ele fez um barco de madeira para mim e meu irmão, tínhamos 5 anos quando começamos a competir juntos nesse barco. Mais tarde, fiz classe Europa, laser e campanha de 49er durante quatro anos. Depois integramos o circuito dos TP52 a bordo do Bigamist, os RC44, os mini maxy, os Extreme, a Volvo Ocean Race e foi assim até agora. Espero que continue.
Regata News – Mas você tem outros irmãos velejadores?
Renato – Sim, meu irmão é velejador profissional. Fez Match Racing Mundial, navega num maxi italiano na posição de proa.
Regata News – Participasse de quantos Volvo Ocean Race?
Renato – Eu estive em duas, mas só a última fiz completa.
Regata News E qual é o teu maior sonho como velejador?
Renato – Navegar na Volvo Ocean Race é meu sonho de criança. Lembro quando muito jovem – e ver na TV com meu pai as largadas da volta ao mundo. E agora, estou nesse mundo, tenho muita sorte, mas, sempre dei muito duro para conseguir demonstrar o quanto gosto deste mundo! Completar a Volvo Ocean Race num barco com bandeira portuguesa, se um dia isto acontecer, serei muito feliz!
Os media(mídia) estão com um pouco de mais atenção a vela. Mas, continua a ser mais importante o treino de uma equipa de futebol, se um jogador tem namorada nova, etc e isso – eu tenho muita pena….
Regata News – Renato sua avaliação de Portugal receber mais uma Volvo Ocean Race?
Renato – E óptimo! Não é fácil para um país pequeno como Portugal receber os melhores eventos de vela do Mundo como os TP52, etapas da AC45, RC44, Extreme, os Imoca60, os Trinaras Mod70, Volvo Ocean Race e etc. Tem existido um trabalho enorme que tem muito valor, dou valor a todos que se tem dedicado a esse fim!
Creio que em Portugal falta um pouco de “cultura” náutica desportiva. Quero dizer com isto que, eu chego a uma empresa para pedir um apoio para navegar, para formar uma equipa para a Volvo por exemplo, e as grandes empresas praticamente não sabem do que estamos a falar e isso, é lamentável!
Está melhor, é verdade. Mas ainda falta muito para essas pessoas com poder de decisão nas empresas – saibam a rampa de negócio que um evento náutico desportivo como estes que falamos proporciona.
Os media(mídia) estão com um pouco de mais atenção a vela. Mas, continua a ser mais importante o treino de uma equipa de futebol, se um jogador tem namorada nova, etc e isso – eu tenho muita pena….
Não falo só da vela mas, de outros desportos onde Portugal tem tido sucesso como atletismo, canoagem, bicicleta, e nada se sabe. Mesmo essas pessoas conseguindo títulos mundiais e europeus!